Há bem pouco tempo, a morte de algumas modelos brasileiras, por anorexia e problemas associados, relançou o debate na opinião pública, sobretudo após as passarelas espanholas terem sido vedadas a todos os modelos que apresentavam um índice de massa gorda abaixo do que é considerado saudável, exemplo seguido em vários outros países.
Entre os distúrbios alimentares, dos quais a anorexia e a bulimia estão incluídos, e há muito que se conhecem as suas causas/consequências: problemas psicológicos, como a falta de auto-estima ou mesmo a depressão, fragilidade óssea, atrofiamento ou perda total da massa muscular, cansaço crónico, derrames cerebrais, insuficiência renal, problemas respiratórios, até que a debilidade generalizada leva, inevitavelmente, à morte.
Mas o que tem surpreendido é que o Mundo Fashion, após várias décadas impondo regras rígidas quanto à figura física, especialmente da mulher, sendo até um dos raros casos na indústria que não só, não adapta o seu produto às necessidades do público-alvo, mas também fazem com que, aquelas pessoas que não se enquadram neste perfil, se sintam culpadas e obrigadas a corresponder ao padrão imposto por eles. Associado a este fator, sabe-se que 1% da população mundial feminina, entre os 18 e os 40 anos, principalmente nas classes mais altas, é afetada por distúrbios alimentares. É de se estranhar que no mundo de hoje, onde a libertação feminina é tão descutida e reinvindicada, a população feminina em geral, se permite viver sob essa "ditadura da moda". Aliás, nos últimos tempos, a aparência física tem sido colocada como fator primordial na vida das pessoas. Face a estes dados, sugem duas questões: até que ponto vale á pena ou existe a necessidade de mudar sua imagem e qual o melhor caminho para atingir esse objetivo?Na maioria das vezes, esse caminho é feito de forma errada, ao invés de procurarem um espacialista que os oriente, numa dieta alimentar equilibrada e na prática regular de exercício físico, a maioria prefere arriscar sua saúde com as"dietas milagrosas", medicamentos que prometem perda de apetite, cosméticos que supostamente acabam com as dorduras em excesso, apelam para cirúrgias ou deixam de comer.
A adolescência, idade de formação da personalidade e do corpo , em que a necessidade de integração é evidenciada, a necessidade de fazer parte dos padrões de beleza, é ainda maior, agravando-se pelos padrões absurdos "do belo", inatingível para a maioria das pessoas,sem que elas tenham que desistir da saúde. O desenvolvimento deste distúrbio, reune fatores biológicos e psicológicos, que deverá ser tratado como doença e não, como apenas a busca de um corpo perfeito. Apesar das alterações ocorridas em relação ao padrão de beleza, cada vez mais magro, não podemos esquecer dos grandes ídolos de beleza do passado, como Brigit Bardô, Marilim Morroe, que não tinham esse padrão de beleza e eram idolatradas pelo público masculino. Época em que não se media a beleza pela magreza.
O mais importante a ser ressaltado, é que a obsessão pela beleza náo só é perigosa como irrelevante, pois vai depender da forma que se olha, e do que se procura ao olhar, "estética ou conteúdo", mesmo porque vale salientar, que tudo passa, até UVA".
Na verdade, é sabido que quanto melhor elaborado o processo de formação de uma pessoa, menor vão ser as chances dela desenvolver algum tipo de distúrbio, pois cria-se nela o dicernimento de avaliar o que é bom para ela, sua vida e saúde.
Com isso, podemos concluir que, todos os casos mostrados pela mídia, tem servido de alerta para a nova geração, possibilitando a ela uma reflexão mais embasada e não imposta, sobre o que realmente faz uma pessoa feliz, bonita e saudável, "ESTÉTICA OU CONTEÚDO"???????
